Durante toda esta semana, mais de 152 mil escolas públicas de todo o país poderão realizar a Semana Saúde na Escola. Durante esse período, equipes de saúde e de educação trabalharão ações de conscientização e prevenção à saúde envolvendo estudantes, professores, pais e funcionários que fazem parte do ambiente escolar. Neste ano, a mobilização traz como tema principal o enfrentamento ao excesso de peso e à obesidade infantil, além da importância da atualização da vacinação com base caderneta de saúde da criança, entre outros acompanhamentos.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015 mostrou que estudantes de escolas públicas que aderiram ao Programa Saúde na Escola (PSE) apresentaram menor consumo de guloseimas, refrigerantes e substâncias psicoativas. O dado foi analisado em turmas do 9º ano do ensino fundamental, já que 85,5% desses alunos no país frequentam escolas públicas e 48,7% estão em escolas que participam do Saúde na Escola.
A coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa, explica que os temas deste ano exigem ações rotineiras e preventivas. “Os números da obesidade infantil no Brasil são críticos. E também é importante utilizar a caderneta de saúde da criança para registro e acompanhamento das condições de saúde desse público. E a saúde aliada a educação são imbatíveis na prevenção e promoção da saúde. É isso que a Semana da Saúde na escola irá resgatar”, ressalta a coordenadora.
O Programa Saúde na Escola é uma iniciativa dos Ministérios da Saúde e da Educação (MEC). Desde 2012, quando foi instituída, a semana já abordou alimentação saudável, combate ao Aedes aegypti, práticas corporais e saúde ocular.
Obesidade
Ainda de acordo com a PeNSE, 7,8% dos adolescentes das escolas entre 13 e 17 anos estão obesos, sendo maior entre os meninos (8,3%) do que nas meninas (7,3%). Entre as crianças, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008/2009 indicou prevalência de excesso de peso de 34,8% e de obesidade 16,6% em crianças na faixa de 5 a 9 anos.
A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (2006) também aponta um índice alarmante: 40,5% das crianças menores de cinco anos consomem refrigerante com frequência e outro estudo, a Pesquisa Nacional de Saúde (2013), indica que 60,8% dos menores de 2 anos comem biscoitos ou bolachas recheadas.
Para orientar a população adotar uma alimentação saudável já na infância, o Ministério da Saúde lançou, em 2010, o Guia Alimentar para Crianças Menores de Dois Anos para profissionais da Atenção Básica (ou Primária) no Sistema Único de Saúde (SUS), mães e cuidadores quanto à alimentação saudável das crianças brasileiras menores de 2 anos. “Temos que estimular, desde bebês, a adoção de hábitos saudáveis. Só assim teremos uma população com mais saúde e cada vez menos presentes doenças crônicas que podem ser prevenidas, como hipertensão e diabetes”, defende Michele Lessa.